40 segredos sobre "A Feiticeira" que, em grande parte, os produtores da série não queriam que você soubesse

Impossível imaginar outra pessoa torcendo o nariz de uma maneira tão adorável quanto Montgomery! De qualquer forma, os produtores de "A Feiticeira" tinham, de início, outra pessoa em mente para o papel principal. Tammy Grimes, porém, recusou-se a interpretar Samantha. Herbie J. Pilato, escritor e fã de TV clássica, explicou à Fox News: "Ela achou que se a personagem possuía todo aquele poder, por que não daria um jeito em todos os males do mundo?". Um bom ponto.

A verdade é que Montgomery quase deixou passar a oportunidade de desempenhar seu papel em "A Feiticeira". Pilato relatou ao jornal britânico The Daily Mail que a estrela queria se aposentar da atuação antes mesmo de gravar uma única cena da sitcom. Contudo, ela acabou sendo convencida do contrário por seu marido e diretor-produtor da série, Bill Asher.

Você deve ter ouvido falar que Dick Sargent - o segundo ator de James, personagem este que, em inglês, é designado de Darrin - morreu de AIDS. Entretanto, esta notícia é falsa. Pilato assegurou à Fox News: "Sim, [Sargent] era um homem gay, mas isso tem sido um mal-entendido durante todos esses anos". Afinal, Sargent faleceu de câncer de próstata em 1994.

Muitas séries são tiradas do ar porque os telespectadores param de assisti-las. Todavia, este não foi o caso de "A Feiticeira". A sitcom, pelo contrário, havia sido aparentemente renovada por mais dois anos antes de sua última temporada acontecer em 1972. O que houve então? Montgomery decidiu que estava farta de torcer o nariz. O casamento dela com Asher também estava desmoronando, de modo que os dias no set de filmagem com ele se tornaram bem difíceis.

Montgomery foi admirada por muitos homens, inclusive por seu companheiro de elenco, o qual atuava como James. Ao que parece, Dick York esteve profundamente apaixonado pela atriz, apesar do sentimento não ter sido recíproco. Pilato contou à Fox News: "[Montgomery] era casada com o produtor do programa e isso foi muito desconfortável para ela". Complicado...

Mesmo que não parecesse, Elizabeth Montgomery e Agnes Moorehead - a atriz que interpretava Endora, mãe de Samantha - não se davam muito bem. Certa vez, Montgomery lançou uma sarcástica indireta em relação ao comportamento de Moorehead no set e, após receber um olhar maligno de Moorehead, respondeu: "Não me olhe dessa maneira".

Montgomery e Asher não tiveram um casamento muito consistente. De acordo com os rumores, o diretor-produtor da série traiu a atriz em inúmeras ocasiões. Pelo visto, em resposta, a estrela de "A Feiticeira" teve seu próprio caso com Richard Michaels, um outro produtor da sitcom. Assim, eles foram amantes durante os últimos dois anos do casamento de Montgomery e Asher.

Alice Pearce dedicou-se muito ao seu trabalho. Tanto que a atriz interpretou Gladys enquanto lutava contra o câncer. Surpreendentemente, ela até estava filmando no dia em que faleceu. No entanto, o programa de TV teve que continuar e, depois de sua prematura morte, Pearce foi substituída por Sandra Gould.

A lesão na coluna de York era tão grave que ele teve que usar móveis feitos especialmente para acomodarem as suas costas durante as gravações. O ator era até mesmo ajudado por seus colegas de elenco quando precisava se deslocar pelo bastidores de "A Feiticeira". Agora você sabe o motivo de James estar sempre sentado ou deitado na série...

As gêmeas Erin e Diane Murphy revezavam-se para interpretar Tabatha - em inglês, ela era chamada de Tabitha -, filha de Samantha e James. Como elas eram bem novas na época, não é nenhuma surpresa que ainda estejam vivas. De qualquer modo, após Bernard Fox ter falecido em 2016, as Murphy são as únicas do elenco principal de "A Feiticeira" que permanecem entre nós.

Montgomery também desempenhou o papel de Serena, a animada prima de Samantha. Porém, depois que a estrela pediu para ser creditada por essa performance como Pandora Spocks, ela conseguiu enganar vários telespectadores. Alguns chegaram a acreditar que Serena era, de fato, interpretada por outra atriz e enviaram cartas de fãs endereçadas diretamente a Spocks.

Se você é um fã da cultura japonesa, já deve conhecer, então, o subgênero de anime e mangá denominado de "mahou shoujo" ou "garotas mágicas". Contudo, o que você provavelmente não sabe é que essa distinta forma de arte provém de

uma sitcom norte-americana dos anos 60. Sim, ao que parece, este conceito de garotas com poderes mágicos é mesmo inspirado em "A Feiticeira".

A verdade é que a "A Feiticeira" não é tão original quanto você pensava. Aparentemente, a ideia da série foi baseada em grande parte nos filmes "Casei-me com uma Feiticeira", de 1942, e "Sortilégio de Amor", de 1958. De qualquer maneira, o programa conseguiu evitar qualquer acusação de plágio, já que a Columbia Pictures era proprietária não só dos direitos de ambos os filmes, como também do estúdio de televisão que produziu "A Feiticeira", conhecido como Screen Gems.

Por incrível que pareça, em meados dos anos 60, casais divorciados não existiam nas telas estadunidenses. Até surgir, claro, "A Feiticeira"! Os pais de Samantha, Endora e Maurice, são os personagens que contribuíram para que a série fizesse história na TV.

"Qual destes populares programas de TV dos anos 60 estreou primeiro? 'A Feiticeira', 'Agente 86', 'Guerra, Sombra e Água Fresca' ou 'Jeannie é um Gênio'?". Essa era a questão que faltava para o australiano Rob Fulton conquistar o prêmio final de "Quem Quer Ser Milionário?". Portanto, depois de muito pensar, o competidor colocou "A Feiticeira" como resposta. E ele estava certo!

Impossível as palhaçadas de "A Feiticeira" serem mais adequadas a todas famílias do que já são. Entretanto, antes do primeiro episódio ser transmitido, algumas pessoas já achavam que a sitcom era obra do Satanás. A propósito, vários protestos aconteceram na região de Bible Belt por temerem que a série promoveria a adoração ao diabo.

Em 2019, Erin Murphy interpretou novamente sua famosa personagem em um quadro no YouTube. Para um episódio da websérie TV Therapy, a atriz desempenhou a versão adulta de Tabatha, a qual passou por uma sessão de terapia para tratar sobre suas peculiares experiências na infância. De modo divertido, ela relata até sobre a mudança de rosto de seu pai - referindo-se, claro, a alteração de York para Sargent no papel de James.

Você se lembra do tema de abertura desse programa? Embora se apresentasse apenas o instrumental na série, os versos compostos por Howard Greenfield geraram muitas versões da música. Peggy Lee e Steve Lawrence são apenas alguns dos artistas que cantaram as linhas: "Bewitched, bewitched, you’ve got me in your spell/Bewitched, bewitched, you know your craft so well". A tradução seria: "Feiticeira, feiticeira, você me tem sob seus encantos. Feiticeira, feiticeira, você conhece bem os seus talentos". Pois é, nunca mais ouviremos essa viciante música-tema da mesma forma...

Depois de receber a honra de poder escolher o nome de sua filha no programa, Montgomery buscou inspiração em um ator. No caso, Edward Andrews. Ele registrou suas duas filhas como Abigail e Tabitha, logo, a protagonista de "A Feiticeira" ficou encantada pelo segundo nome. "Eu adorei porque era muito à moda antiga", esclareceu Montgomery sobre sua escolha.

Até mesmo os maiores fãs de "A Feiticeira" já não devem se lembrar desse spin-off. De qualquer maneira, a série "Tabatha" foi lançada pela ABC no final dos anos 70 e, como seu título sugere, Tabatha foi a personagem principal do programa. Todavia, ao invés de ser interpretada pelas gêmeas Murphy, o papel foi desempenhado por Lisa Hartman. Aliás, você talvez a tenha visto em 2020 no show de talentos "The Masked Singer".

O nariz de Samantha sempre dava aquela clássica mexidinha antes de algo mágico acontecer. Muitos fãs até tentavam imitar a marca registrada de Elizabeth Montgomery. Eles não sabiam, no entanto, que tudo não passava de um truque. Ainda que seja decepcionante, a informação é real. Em uma entrevista para o site Parade, Erin Murphy - a atriz que interpretou a filha de Samantha, Tabatha - revelou que a torcida de nariz nada mais era do que um "truque de câmera".

De qualquer jeito, o crédito pela famosa mexidinha no nariz deveria ir para a própria Elizabeth Montgomery. Até porque, conforme o biógrafo Herbie Pilato, tal peculiaridade surgiu de um movimento com a boca que Montgomery fazia involuntariamente quando estava nervosa. Assim, o diretor-produtor Bill Asher, o qual também era marido de Montgomery, inseriu o costume dela na série.

Dick York, o ator original de James, deixou "A Feiticeira" devido a suas dores nas costas e seu vício em analgésicos. Isso foi, de fato, um problema para os produtores. Afinal, as questões eram: Será que os telespectadores gostariam do substituto Dick Sargent? Ou desejariam a volta de York? Bem, para garantir que os fãs estivessem do lado de Sargent antes mesmo dele atuar como James nas telas, a ABC reprisou todos os episódios em que York não aparecia. Sagaz!

Apesar de algumas pessoas terem sido enganadas pela transição de York para Sargent, os espectadores mais atentos perceberam de imediato a diferença entre os dois. Inclusive, a mudança foi tão chocante para alguns que o termo "síndrome de Darrin" - ato de substituir os atores principais por novas estrelas - acabou se tornando parte do vocabulário de Hollywood.

Embora a maioria dos fãs gostassem de Sargent, Agnes Moorehead - a atriz que interpretou a mãe de Samantha, Endora - não aceitou o novo James. Isso, porém, levou a diversos momentos incômodos durante as gravações. Ao Chicago Outlines, Sargent expôs: "Por volta do terceiro ou quarto episódio em que participei, [Moorehead] comentou com as pessoas na minha

frente: 'Eles nunca deveriam se intrometer com o sucesso'". O que será que ela realmente estava querendo dizer?

Não podemos imaginar "A Feiticeira" sem a Tabatha, filha de Samantha e James. Também, exceto por Erin Murphy, é impossível pensar em mais alguém interpretando esse papel. Contudo, você sabia que isso quase ocorreu ao escalarem a estrela Jodie Foster, de "O Silêncio dos Inocentes"? Pois é, Helen Hunt também foi considerada para atuar como Tabatha.

Após Paul Lynde aparecer pela primeira vez nas telas como o maluco Tio Arthur, ele logo se tornou uma amada e frequente estrela da série. Os grandes fãs de "A Feiticeira" devem saber, entretanto, que Tio Arthur não era o único personagem que Lynde interpretou nesse programa de TV. A aparição de estreia do ator aconteceu na primeira temporada da sitcom, no episódio "Carros Não São Vassouras", ao desempenhar o nervoso instrutor de autoescola de Samantha. Assim, ele foi tão impressionante que conseguiu um papel ainda maior.

Mesmo que você nunca tenha visto um episódio de "A Feiticeira" - por ser talvez muito jovem -, você provavelmente já deve ter assistido a famosa animação de abertura. Esse trabalho, a propósito, foi feito pelo grande estúdio Hanna-Barbera. Todavia, uma única pessoa não achava a abertura tão boa e ela era Elizabeth Montgomery! Sim, ao que parece, a atriz acreditava que a equipe de produção do programa poderia ter sido mais criativa.

De todo modo, falando ainda sobre a abertura, você com certeza consegue cantarolar a música-tema de "A Feiticeira". Apostamos que você está tentado a fazer isso agora mesmo! No entanto, ainda que essa música-chiclete tenha se tornado um sinônimo da sitcom, ela não é uma obra totalmente original. A animada faixa é, na verdade, uma variação de um jingle usado pela Chevrolet em um de seus comerciais. Como a fabricante patrocinou "A Feiticeira", isso pode ter sido mesmo uma mensagem subliminar...

A mistura de comédia e fantasia de "A Feiticeira" inspirou inúmeros trabalhos por aí, como "Jeannie é um Gênio" da NBC. Além das óbvias semelhanças tanto na trama quanto na caracterização, "Jeannie é um Gênio" parecia ter copiado até os mínimos detalhes de "A Feiticeira". Isso porque as séries estavam realmente sendo gravadas uma ao lado da outra. Afinal, como foi o mesmo estúdio de televisão que produziu as duas sitcoms, os sets de filmagem e os objetos de cena eram compartilhados.

"A Feiticeira" também possuía algo em comum com outro famoso programa de TV. Você se lembra da casa dos Kravitz - os curiosos vizinhos de Samantha? Bem, talvez você reconheça a propriedade deles em "A Família Dó-Ré-Mi". De fato, é a mesma casa que recebia David Cassidy; um lugar de sorte!

Elizabeth Montgomery deu à luz três vezes durante seu tempo no programa, porém apenas duas de suas gestações foram incluídas na série, originando Tabatha e Adam. Tanto que, já na primeira temporada, a atriz estava grávida. De qualquer forma, essa primeira gravidez de Montgomery não apareceu nas telas porque a emissora considerou inadequado Sam e James estarem esperando um bebê logo depois do casamento. Eles poderiam até achar estranho, no entanto, era isso que acontecia naquela época.

Trabalhar em qualquer programa de TV tem suas vantagens e em "A Feiticeira" não foi diferente. Ao site Bewitched.net, a estrela Kasey Rogers - a segunda atriz de Louise - explicou: "Eu usei todas as minhas próprias roupas na série. Tínhamos que levá-las uma semana antes para que a equipe de figurino e produção, então, certificassem de que todas elas fossem limpas, passadas e alteradas". Será que vale a pena começar a atuar só por essa regalia? Não vamos mentir, estamos tentados.

Qualquer pessoa que tenha visto ao menos um episódio de "Mad Men" saberá que algumas doses de bebida durante o horário de trabalho eram normais nos anos 60. Isto explica a razão dos atores de "A Feiticeira" tomarem licor de verdade quando seus personagens possuíam um copo em mãos. Ou seja, muitas cenas foram filmadas enquanto o elenco estava realmente um pouco bêbado.

Como Paul Lynde, Marion Lorne logo se tornou uma querida figura de "A Feiticeira". Sua atuação como Tia Clara até mesmo lhe rendeu um Emmy póstumo. Contudo, você sabia que o gosto de Clara por colecionar antigas maçanetas foi baseado em um hobby real de Lorne? A atriz, inclusive, muitas vezes utilizava os objetos de sua própria coleção nas cenas.

Apesar da magia de Samantha demandar de efeitos especiais em "A Feiticeira", a sitcom foi bem limitado em relação a isso devido à tecnologia da época. Para o feitiço que consistia na limpeza da casa, por exemplo, os produtores paravam de gravar e só retomavam a filmagem quando a equipe houvesse limpado o cenário. Assim, Montgomery precisava ficar na mesma incômoda posição até que tudo estivesse pronto.

A sitcom foi afetada algumas vezes por acontecimentos políticos. Além da produção ter começado no mesmo dia em que John F. Kennedy foi assassinado, a quarta temporada da série estava indo ao ar quando Martin Luther King foi atingido por um tiro. O episódio de 1968, "Uma Fogueira para os Bruxos", teve que ser pausado para que noticiassem a morte desse líder dos direitos civis.

Um dos episódios mais incomuns da sitcom foi exibido em 1970. Estudantes de grupos minoritários, os quais frequentavam a

Jefferson High School de Los Angeles, criaram e escreveram "Mágicas em Preto e Branco". Embora esse episódio houvesse sido feito com boas intenções no propósito de tratar sobre o racismo, hoje em dia seria considerado inaceitável. Afinal, os atores aparecem pintados de preto, evidenciando a prática racista denominada de blackface.

Mesmo que Elizabeth Montgomery tenha conquistado muita fama e dinheiro com o programa de TV, ela já não estava mais feliz com o seu papel. Por quê? Bem, a estrela queria fazer parte de algo que a desafiasse. Portanto, após a quinta temporada de "A Feiticeira", Montgomery revelou que iria partir. Entretanto, um grande aumento de salário foi o que a atriz precisava para mudar de ideia e permanecer na série.

Montgomery pode até ter deixado de gostar de "A Feiticeira", todavia, ela ainda desfrutou muito dos benefícios após o cancelamento da sitcom. Como a atriz possuía uma participação de 20% do programa, ela ganhou milhões com a distribuição dele. Dessa maneira, quando Montgomery faleceu, em 1995, sua fortuna foi estimada em 40 milhões de dólares.