2 anos após o desaparecimento desse menino de 4 anos, a polícia decidiu investigar a casa de sua avó

Ricky era filho de Michael Chekevdia e Shannon Wilfong, que sempre tiveram um relacionamento problemático de idas e voltas. As discussões aparentemente não pararam nem quando o filho do casal nasceu em 2002. Mas em meio a toda a turbulência, os pais ainda conseguiram chegar a um acordo para dividir a custódia de seu filho.

E Michael aparentava ser próximo de seu filho, mesmo não estando sempre em casa. Em 1982, para você ter uma ideia, ele se juntou à Guarda Nacional do Exército de Illinois em West Frankfort - perto de sua cidade natal, Royalton, IL. Então, logo após a chegada de Ricky, Michael foi enviado ao Iraque. Mas o militar dificilmente se esqueceu da criança que estava esperando por ele nos Estados Unidos. Ele até encomendou um retrato dele e de Ricky enquanto estava no exterior.

Então, em 2004, Michael voltou para Illinois, onde seus problemas com Shannon continuaram. Supostamente, ela se recusava regularmente a deixar Ricky ficar com o pai, violando assim os termos do acordo de guarda compartilhada. E em 2007, a chocante situação piorou.

Naquele outono, uma data no tribunal foi marcada para discutir os direitos de visita de Michael a seu filho. Mas Shannon não conseguiu aparecer. Diante de uma decisão difícil, o juiz decidiu conceder a Michael a guarda temporária do menino. Antes que a decisão pudesse entrar em vigor, no entanto, Shannon e Ricky desapareceram repentinamente.

Em novembro de 2007, Shannon e Ricky foram oficialmente listados como desaparecidos. Então, em dezembro do mesmo ano, um mandado foi emitido para a prisão de Shannon. Logo ficou claro, no entanto, que as coisas não eram tão claras como poderiam parecer. Na verdade, descobriu-se que Shannon e sua mãe, Diane Dobbs, haviam acusado Michael de abusar de Ricky no passado.

Shannon fugiu com seu filho para protegê-lo do suposto abuso? Diane certamente parecia acreditar que sim. E enquanto a polícia procurava por Ricky, ela focou sua atenção em uma campanha de difamação contra Michael, o ex-parceiro de sua filha.

A apenas cinco quilômetros da casa de Michael, Diane colou cartazes na frente de sua própria casa. Além disso, ela escreveu à mão acusações de que Michael abusava de crianças. Aparentemente, ela também distribuiu panfletos na comunidade local, chegando a distribuí-los na igreja de Michael.

Naturalmente, Michael talvez tenha começado a suspeitar que Diane sabia algo sobre o desaparecimento de Ricky. Mesmo assim, ela permitiu que a polícia fizesse uma busca em sua propriedade, mas eles não encontraram nenhum sinal do menino desaparecido. Por dois anos, então, a localização de Ricky permaneceu um mistério - embora Michael continuasse a suspeitar que Diane sabia mais do que ela estava dizendo.

Então, em 2009, a polícia recebeu uma denúncia que os levou de volta à casa de Diane mais uma vez. Então, no dia 4 de setembro, eles chegaram à propriedade de dois andares em uma área rural do Condado de Franklin, Illinois. E embora Ricky inicialmente não estivesse em lugar nenhum, a busca acabou levando os policiais a dar uma olhada atrás de uma cômoda encostada na parede.

Além disso, quando os policiais afastaram a cômoda para o lado, descobriram um buraco escondido na parede. Sim, agora que o móvel havia sido retirado, a abertura foi revelada. E quando os investigadores espiaram dentro da escuridão, eles testemunharam uma visão verdadeiramente terrível.

Os policiais viram Ricky e sua mãe se escondendo no pequeno espaço. Aparentemente, eles não conseguiam nem ficar de pé dentro da sala secreta, que tinha apenas um metro de altura. Ricky tinha realmente sido mantido escondido neste ambiente por dois anos inteiros? De forma bizarra, a câmara tinha apenas 3,6 metros de comprimento e apenas um metro e meio de largura.

Quando o menino, agora com seis anos, foi levado sob custódia, os policiais tiveram uma visão de se partir o coração. “Nós o deixamos sair do carro [de patrulha] e ele correu como se nunca tivesse visto o ar livre”, disse o sargento Stan Diggs do Departamento de Polícia do Estado de Illinois. “Foi realmente muito triste. Ele estava muito feliz por estar do lado de fora. Ele disse que nunca saia de casa.”

À luz da descoberta, a polícia prendeu Shannon sob a acusação de rapto infantil, enquanto Diane enfrentava acusações de cumplicidade. No entanto, enquanto estava sob fiança, Diane convidou o programa de televisão Good Morning America para ouvir seu lado da história.

De acordo com Diane, o quarto secreto já estava lá quando ela comprou a casa, cerca de 14 anos antes. Além disso, ela alegou que era usado para armazenamento e que ela só pensou em esconder Ricky lá quando viu que a polícia estava se aproximando.

Quando questionada por um entrevistador em 2009 sobre quanto tempo Ricky havia passado na sala secreta, Diane respondeu: “Em dois anos, talvez cinco minutos”. Na verdade, ela afirmou que seu neto gozou de total liberdade durante os anos em que passou em sua casa.

“Meu neto tinha o controle da casa”, Diane continuou. “Quando estávamos lá fora, íamos pescar. Fazíamos salsicha assada. Fizemos fogos de artifício no dia 4 de julho. Ele me ajudou a plantar meu jardim de flores nos fundos. Ele tem seu próprio jardim nos fundos.”

Entretanto, quando os repórteres falaram com os vizinhos de Diane, eles descobriram que Ricky aparentemente nunca foi visto fora de casa. Infelizmente, a polícia que resgatou Ricky também compartilhou desse sentimento; aparentemente, era óbvio para eles que o menino tinha pouco contato com o mundo exterior.

Poucas horas depois de aparecer no Good Morning America, então, Diane foi presa novamente. Enquanto isso, Ricky foi colocado com um dos parentes de Michael enquanto o caso era investigado. “Surpreendentemente, Ricky está de bom humor”, relatou Diggs. “Para alguém que ficou isolado naquela casa sem outros seres de fora, ele é um menino muito sociável, muito educado e falante.”

Em 19 de setembro de 2011, Shannon se confessou culpada das acusações contra ela, foi multada em US$ 1.500 e recebeu dois anos de liberdade condicional por seu papel no sequestro de Ricky. Michael, entretanto, recebeu a custódia permanente de seu filho. E no ano seguinte, ele se aposentou do exército para se concentrar em ser o pai solteiro de Ricky – e, com sorte, finalmente encontrar a paz que sua família há muito buscava.

Mas, embora a terrível provação de Ricky possa ter acabado, ele não é o único garoto a desaparecer em circunstâncias semelhantemente bizarras. Veja Gregory Jean Jr, por exemplo, cuja história também vai te deixar de cabelos em pé.

Nos subúrbios de Atlanta, Geórgia, um jovem adolescente trabalha arduamente no quintal de uma casa confortável. Esse menino é Gregory Jean Jr. e, conforme seus vizinhos observam, eles não têm ideia de que ele está desaparecido há quatro longos anos. No final das contas, ele conseguiu deixar um rastro de pistas apontando para seu paradeiro, e sua extraordinária história é finalmente desvendada.

De volta a 2010, Gregory estava morando com sua mãe, Lisa Smith, em Orlando, na Flórida. Seu pai, Gregory Jean Sr., não era casado com Lisa, e os dois moravam separados. No entanto, eles estabeleceram um acordo informal segundo o qual Gregory Sr. enviava fundos para ajudar Lisa a cuidar de Gregory Jr. e de seu irmão, Samuel.

Embora seus pais não estivessem mais juntos, Gregory Jr. fez todos os esforços para manter o contato com seu pai. Todos os dias, quando voltava da escola, falava com Gregory Sênior ao telefone. E apesar dos problemas familiares, ele admitiu que amava seu pai.

Então, naquele ano, tudo mudou. Naquela época, Gregory Sr. morava em um subúrbio de Atlanta, Geórgia. Ele se casou com uma mulher chamada Samantha Joy Davis e começou outra família. No entanto, ele parecia ainda querer fazer parte da vida de Gregory Jr. e Samuel, então o pai sugeriu que fizessem uma viagem para vê-lo na Geórgia.

Juntos, Gregory Jr. e Samuel viajaram mais de 650 quilômetros para ver o pai e conhecer sua nova família. Porém, algo deu errado. Quando a visita terminou, Samuel voltou para casa, para Lisa - mas Gregory Jr. não estava em lugar nenhum.

Quando Gregory Jr. não apareceu, Lisa informou aos serviços judiciais de Orlando; mas por razões desconhecidas, ela não notificou a polícia. Consequentemente, nos quatro anos seguintes, Gregory Jr. permaneceu desaparecido. E embora Lisa tenha falado com o filho em uma ou duas ocasiões durante esse período, ela não tinha ideia de onde ele estava morando.

Finalmente, em 28 de novembro de 2014, Gregory Jr. entrou em contato com Lisa inesperadamente. Aparentemente, ele conseguiu um celular e mandou uma mensagem para sua família - que nunca havia parado de procurar o menino. Então, munida do endereço de onde seu filho estava, Lisa entrou em contato com a polícia.

Logo, então, a polícia chegou ao endereço - uma confortável propriedade de um andar com garagem, nos arredores de Atlanta, Geórgia. No entanto, não havia sinal de Gregory Jr. Para evitar a detecção, parece que Davis, sua madrasta, ordenou que o menino entrasse na garagem para supostamente se esconder por trás de uma parede falsa.

Felizmente, porém, Gregory Jr. não seria escondido. Quando a polícia não o encontrou em sua primeira visita, o menino contatou sua família novamente. Além disso, desta vez Lisa foi capaz de dizer a eles exatamente onde olhar. Então, enquanto seu filho mandava atualizações por mensagem de texto, Lisa guiou as autoridades diretamente para seu esconderijo.

Por fim, então, os policiais descobriram um agradecido Gregory Jr. e o levaram para longe da casa de seu pai. Naquela mesma noite, Lisa entrou em seu carro e dirigiu até Atlanta para buscar seu filho há muito perdido. Assim, acompanhada por sua filha Tracy Guervil, ela teve um reencontro emocionante com Gregory Jr., já com 13 anos.

Mas, à medida que as câmeras de televisão capturavam as cenas aparentemente felizes, os detalhes terríveis sobre a suposta provação de Gregory Jr. começaram a surgir. Segundo ele, as coisas pareciam normais no início. Aparentemente, Davis disse a ele que aquilo era melhor para seu pai financeiramente e que sua mãe verdadeira não queria que ele voltasse para casa.

Durante aquele primeiro ano, Gregory Jr. até foi matriculado no ensino médio em Atlanta. Mas os acontecimentos na casa de seu pai logo pioraram. Em contraste com o conforto que seus meios-irmãos desfrutavam, Gregory Jr. foi posto para dormir em uma cama improvisada na garagem com apenas uma capa fina para se aquecer.

Ademais, isso foi apenas o começo. Parece que Gregory Jr. também teve seus pedidos de comida recusados e foi submetido a maus-tratos físicos. E em um movimento verdadeiramente humilhante, o menino aparentemente não tinha permissão nem para usar um banheiro adequado. “Ela dizia para eu fazer minhas necessidades em um balde”, disse ele ao MailOnline em 2014. “E todos eles me olhavam. Era embaraçoso."

Em vez de aproveitar sua infância, então, Gregory Jr. foi compelido a viver igual a um empregado doméstico da família. “Eu me senti como um empregado doméstico”, disse ele. “Tinha de limpar a casa e o quintal e, se houvesse uma folha fora do lugar, minha madrasta me batia com um pedaço de pau.”

De acordo com Gregory Jr., ele nem tinha permissão para assistir à televisão com as outras crianças; em vez disso, ele era punido por infrações imaginárias e obrigado a ler o dicionário e copiar várias listas de palavras. Desolado com a situação, o menino aparentemente passava as noites chorando, decidido, no entanto, a voltar para casa um dia.

Em uma tentativa de fuga, Gregory Jr. contou sua situação a um conselheiro na escola. No entanto, quando as autoridades chegaram à casa da família, Davis aparentemente escondeu as evidências do abuso. E, apesar de sua condenação anterior por crueldade infantil, acreditaram nela.

Além disso, por falar com as autoridades, Gregory Jr. foi retirado da escola. Aparentemente, Davis até o impediu de aproveitar o Natal com o resto da família. Embora ele ainda recebesse presentes, eles foram dados para as outras crianças se divertirem.

Estranhamente, embora os vizinhos de Davis às vezes vissem Gregory Jr. trabalhando fora de casa, eles nunca perceberam o que supostamente estava acontecendo dentro da casa. “Ele mantinha aquele quintal perfeito”, disse um deles à CBS Evening News em 2014. “Não havia nenhuma evidência de angústia [e] não parecia que ele estava estendendo a mão e dizendo, ‘Oh, por favor me ajude.’”

Ainda assim, graças ao seu raciocínio rápido, Gregory Jr. está agora de volta a Orlando com Lisa e sua família, os quais estão maravilhados por ter o menino em casa. E, felizmente, parece que o sentimento é mútuo. “O que quer que os outros ganhem no Natal, eu não me importo”, disse Gregory Jr. ao MailOnline. “Este é o meu presente de Natal, estar de volta com minha família.”

Enquanto isso, o pai e a madrasta de Gregory Jr. estão, de acordo com os relatórios mais recentes, aguardando julgamento por seu suposto papel na provação do menino. No entanto, incrivelmente, ele não guarda sentimentos ruins em relação ao par e insiste que não quer que nenhum dos dois acabe na prisão. Em vez disso, o adolescente se concentra em viver sua própria vida e planeja ajudar outras pessoas tornando-se advogado.